Nem Sempre Zen

Shadow Work 🌓 Evolução Pessoal & Espiritual ❤️‍🔥 Wild Hearts & Deep Minds

Feliz Passagem 🌿

 

 

A Passagem

 

Quando se fala da Páscoa, ou Pessach, recordo sempre a história de Moisés e a abertura do Mar Vermelho, que permitiu a passagem dos escravos hebreus do Egipto para a tão ansiada liberdade.

 

Depois da escravidão, o caminho abriu-se, e o povo passou.

Mas, depois disso, seguiram-se 40 anos na tormenta do deserto.

Até parece que deus estava a gozar com eles.

 

Mas esta é uma realidade replicada vezes sem conta na nossa vida.

Não há um caminho direito, nem sem tropeções.

A gente chega onde tem de chegar, mas a estrada quase nunca é em linha recta.

 

 

A Travessia do Deserto

 

Esta semana escrevi a uma cliente sobre a necessidade de ir ao seu deserto interior, recordando a história da La Loba (que podes ler no livro Mulheres que correm com os Lobos), que vai recolhendo os ossos e cantando-os de volta à vida.

 

É esta travessia do Deserto que nós fazemos na vida, de vez em quando…

A mesma que Moisés fez durante 40 anos.

A mesma que Jesus Cristo fez durante 40 dias.

É tentação, é rasgo de alma, é dor visceral, são muitos “porquês” e “e se” mas também é purificação, peneira e consagração.

 

 

The White Lotus

 

Entretanto, estou mergulhada na 3ª temporada do The White Lotus – tudo é maravilhoso nessa série, mas a fotografia é realmente poesia visual.

Sei que não é o cup of tea de toda a gente, mas contém dos retratos mais reais e inteligentes do cinismo e das máscaras do ser humano que já vi – Shadow Work em forma de série de televisão

E o que é que isto tem a ver com as tentações de Cristo e a travessia do nosso Deserto pessoal?

 

Transformação. Libertação.

 

Tal como vamos observando pequenas subtilezas nos personagens, que vão mudando no decurso da história, revelando a sua verdadeira essência, assim somos nós.

 

Quantas vezes vivemos no embalo de uma vida aparentemente sóbria, correcta, cheia de propósito, para um dia darmos um trambolhão e perceber que enquanto não formos ao fundo, meter a cara na lama, não há coerência, não há paz.

 

A transformação – a ressurreição e transmutação da carne para o espírito – só se dá com uma morte simbólica de quem um dia fomos.

 

Foto de Greg Gulik via @Pexels

 

Que caia o olhar cínico sobre a nossa virtude.

Que caia a percepção de que somos uns ninjas do autoconhecimento.

Que caia a ilusão de que temos tudo controlado. Incluindo a nossa própria narrativa.

 

Permite-te largar esse controlo e redefinir a tua história pessoal.

Sem isso não há libertação

 

Feliz Pessach. 

Feliz Passagem.

 

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