Terapias Alternativas e Autoconhecimento
14 de Novembro, 2022
Terapias alternativas, quando feitas com responsabilidade, de ambas as partes, são ferramentas úteis e eu própria já beneficiei delas algumas vezes, nomeadamente já fiz Leitura de Aura, Benção do Útero e Reiki.
Aliás, tenho uma série de artigos sobre Ferramentas de Autoconhecimento que podes ler AQUI
A importância de ter aconselhamento terapêutico/psicoterapia
No meu caso, conjuguei todas estas (boas) experiências das terapias alternativas com a psicoterapia.
A informação que obténs por exemplo numa Leitura da Aura, com acompanhamento psicológico, consegue fazer muito mais sentido e pode ser útil para te ajudar a integrar esses insights que te foram dados.
Na altura eu já fazia psicoterapia, porque comecei quando entrei para a Universidade [em Psicologia] e pude sentir os benefícios, pelo que recomendo que toda a gente que o faça também, se tiver oportunidade e condições para isso.
Porquê?
Porque algumas terapias ajudam-te a “desenterrar” coisas escondidas na tua psique mas depois não te ajudam a lidar com as consequências disso.
O que de certa forma é compreensível e “normal” porque a maioria destes terapeutas têm prática na sua arte mas não na parte relacionada com a saúde mental.
Aqueles que já trabalham na área da saúde, por exemplo os enfermeiros, conseguem ter um cuidado maior porque já tem alguma experiência para lidar com situações de ansiedade e até surtos psicóticos mas a maioria dos terapeutas holísticos vem de áreas diversas que não têm a ver com a saúde nem nunca tiveram oportunidade de ter formação na área.
E é por isso que é tão importante que exista complementaridade e diálogo entre profissionais.
O que é autoconhecimento?
É fundamental também que quem usufrui desses serviços saiba distinguir o que é um processo psicoterapêutico e/ou de autoconhecimento, que leva o seu tempo, e o que é uma terapia alternativa, que é como o próprio nome indica, uma via alternativa a um tratamento convencional e que geralmente é o que vai desencadear a necessidade de iniciar um processo de autoconhecimento.
A psicóloga brasileira Soraya Rodrigues de Aragão descreveu, num artigo de 2016, o processo de autoconhecimento da seguinte forma:
“(…) autoconhecimento ou conhecimento de si, em um sentido mais profundo, não é absorção de informações. Este processo tem a função primordial de nos movimentarmos para um saber próprio, de modo a proporcionar construções e desconstruções. Deste modo, este conhecimento traz à luz muitas questões que muitas vezes passavam despercebidas (ou que não queríamos admitir), visto que na maioria das vezes, não desenvolvemos ainda um alto grau de intimidade connosco para alavancar nosso aprimoramento pessoal.”
Há uns dias tive supervisão clínica e acabámos por falar das pessoas que vêm à terapia à procura do “quick fix“ – que é o que algumas práticas terapêuticas new age oferecem.
Toda a gente quer curar toda a gente de alguma coisa e vendem essa ideia de uma forma que parece fácil e rápido e absolutamente maravilhoso.
Mas nem sempre é assim.
A cura acontece eventualmente quando tem de acontecer, no tempo da pessoa e se ela tiver dentro de si as ferramentas para lidar com todas as revoluções emocionais que vão acontecer.
Não é quando o terapeuta quer, nem como ele quer.
Dar o “quick fix” a alguém é retirar-lhe o poder
Não podemos vender uma terapia como sendo um processo de “autoconhecimento” se a oferta for de um penso rápido, que à sua maneira é válido, destinado a diminuir a ansiedade ou a dar uma determinada resposta para clarificar uma dúvida que a pessoa tenha.
O processo de autoconhecimento é longo, introspectivo, profundo e tem de ser feito por ti mesmo/a pois as respostas que buscas só tu as podes dar a ti próprio/a.
A psicoterapia ajuda-te a desenvolver esse processo de autoconhecimento para que tenhas as ferramentas para lidar com os problemas de forma segura e confiante à medida que eles vão surgindo.
Infelizmente, existem alguns terapeutas e terapias que fazem mais mal que bem.
São pessoas que vivem num estado de ilusão messiânica, com delírios de grandeza, de querer ajudar e salvar toda a gente com recurso a práticas esotéricas sem qualquer fundamento, nem científico, nem filosófico.
Tendo em conta a experiência que já tive com clientes que chegaram às minhas consultas de Aconselhamento completamente desestabilizados, com ansiedade e até confusos por causa de terapias e terapeutas como os que descrevi acima, é fácil perceber a falta de preparação, a irresponsabilidade e até a ignorância destes supostos profissionais da cura.
Dar o “quick fix” a alguém é retirar-lhe o poder.
O poder de escolha, de tomada de decisão ou mesmo o poder de viver as mudanças e aprender com elas de acordo com a sua maneira singular de ser e estar no mundo.

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal * Gosto de ler e estudar sobre Mitologia, Espiritualidade, Psicologia da Religião, Parapsicologia e Psicologia Analítica.