Mulheres intensas, Homens inteiros – Vamos conversar?
24 de Março, 2025
O poder feminino
75% dos meus clientes são mulheres (abençoadas sejam!) – seres estrondosamente intensos, inteligentes e cheios de personalidade.
Sabem o que querem, comunicam com clareza e põem as cartas na mesa – sem m.rdas.
São todas muito diferentes umas das outras, mas têm em comum a ferocidade de viver, de sentir e de exigir serem ouvidas.
Querem tudo aquilo que merecem num relacionamento e o facto de, às vezes, isso não corresponder com os seus ideais, deixa-as fragilizadas.
Agora vamos entrar aqui num campo social-místico-transcendental-coise, shall we?
Eu sei porque é que estas mulheres estão a trabalhar comigo.
Porque o meu feminino – e a energia que atrai:
- Não é delicodoce, é feroz e intenso;
- Não anda para aí saracoteando de saias esvoaçantes – ele pisa chão firmemente, com botas da tropa;
- É de feiticeiras e deusas de guerra, não de ninfas frágeis.
Muitas destas mulheres sentem-se “too much” e acham que isso afasta os homens.
Mas o problema não é quem elas são.
É a energia masculina que continuam a atrair.
Porque sim, podemos ser um cocktail intensidade de ainda assim querer reciprocidade e presença.
E por isso, muitas vezes, atraímos um masculino que no início parece encantado pela nossa irreverência, mas que…
- Não é consistente.
- Não é coerente.
- Não é presente.
Porque continuamos a atrair este tipo de energia?
Pergunta para queijinho, não é?
Há várias hipóteses que podemos considerar:
- Focamo-nos demasiado no mental e esquecemos o corpo e a intuição;
- Queremos à força decifrar as intenções do outro e esquecemo-nos de olhar para dentro;
- Concentramo-nos no sofrimento que nos causaram em vez de focarmos no que realmente importa: trabalhar em nós;
- Não sabemos bem o que queremos e deixamos entrar energia entrópica no nosso centro;
- Insistimos em querer mudar o outro, quando ele não tem capacidade ou não quer mudar – não façam isto!
Quando digo “olha para ti, aproveita para ver o que é que aquele homem está a espelhar e trabalha no teu crescimento pessoal” há uma razão de ser.
Nunca é sobre o outro. É sempre sobre nós – porque é o único factor que nós conhecemos e controlamos.
E para os homens…
O masculino que às vezes vejo por aí (damn redes sociais!…) baseia-se em ideias powered by idade média.
Por um lado, há a narrativa do “homem sensível”, que diz que os homens têm que chorar, expor emoções e ser vulneráveis para serem bons parceiros.
Sim, a vulnerabilidade é essencial, mas isto não se força. Nem todos os homens foram educados para expressar sentimentos de forma aberta, e isso não os torna menos dignos de amor – desde que sejam conscientes e presentes na relação.
No lado oposto, temos o “macho alpha”, aquele que acha que ser homem é liderar, proteger, carregar a mulher ao colo e dar-lhe massagens no pescoço para a acalmar (tipo cão ), enquanto a trata como uma deusa sagrada e perfeita.
(atenção, massagens são óptimas e um elogio sincero nunca fez mal a ninguém mas quando isto vem como um “manual de como ser homem”, há algo de forçado e plástico nessa ideia)
A verdade? Nenhum dos extremos é a resposta.
O problema não é o estilo de masculinidade – é a falta de consciência e de trabalho interno. Psicoterapia, autoconhecimento, maturidade emocional – isso sim, faz a diferença. O resto são truques de palco.
O que realmente as mulheres querem dos homens?
Não é nada transcendental
A realidade é que há coisas simples que os homens podem – e devem – fazer, que é só o bare minimum, como por exemplo:
- Aparecer num encontro a horas;
- Estar presente num momento de vulnerabilidade, mesmo sem saber o que dizer;
- Ser coerente com palavras e acções;
- Não fugir sem explicações quando as coisas ficam sérias;
- Comunicar com clareza;+
- Sustentar o espaço na relação sem achar que precisa de “consertar” a mulher à sua frente.
Nós não precisamos de príncipes encantados nem de intelectualóides espiritualizados a cuspir frases feitas sobre a sacralidade do feminino.
Nós não queremos homens perfeitos, queremos homens inteiros.
Homens que nos desafiem mas não tenham medo da nossa intensidade e de enfrentar a vida e crescer connosco.
… ou estou errada?

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros. * Sou Mestre em Psicologia Clínica e trabalho em part-time como Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal. * O meu trabalho full time é desenvolvido na área de Consultoria Fiscal de PME’s. * As minhas áreas de interesse preferidas são Psicologia Analítica, Mitologia, Filosofia, Psicologia da Religião e Parapsicologia.