Erotismo também é medicina
13 de Maio, 2025
Espiritualidade sem corpo é fuga, sexo sem alma é exaustão e erotismo também é medicina.
Muitos tentam ligar-se ao outro em busca de si mesmos, mas, mais do que o corpo, procura-se conexão.
Quando não se encontra a saciedade no corpo do outro encontramo-la no nosso próprio corpo > Esse espaço sagrado de auto exploração.
Um mapa devocional para o nosso inconsciente > Uma ponte entre mundos.
Isto também é Autoconhecimento.
É Alquimia.
É Shadow Work.
Conflito erótico – muito além de sexo
Na Psicologia Analítica, o conflito erótico raramente é apenas sobre sexo.
Muitas vezes, representa algo mais profundo:
– a tensão entre o desejo de fusão (com o outro, com o todo)
– a necessidade de preservar o próprio eu.
Jung observou que o desejo erótico pode simbolizar o anseio por integração psicológica – a vontade de unir o ego consciente ao self inconsciente.
Por isso, o erotismo não é apenas mais um impulso energético interno (como na óptica Freudiana): é um caminho para a individuação.
O convite terapêutico à autoexploração
Na prática terapêutica, o corpo é um espelho da psique.
Quando convido alguém à auto exploração erótica, não é um gesto qualquer: É uma proposta simbólica, um reencontro consigo próprio.
Há pessoas cuja forma de sentir o mundo é profundamente física. Para elas, o corpo é um portal – uma via de acesso ao inconsciente e até ao sagrado.
Para outras, mais retraídas emocionalmente ou desconectadas do corpo, esta exploração pode ser libertadora, pois permite nomear o que antes era só vazio ou ruído.

Erotismo também é medicina
A psique não enterra energia emocional sem consequência – Tudo o que é reprimido exige expressão.
E quando a mente recusa ouvir… o corpo fala.
Fala – e por vezes grita – através da tensão, do bloqueio, da ansiedade ou até do desejo súbito e aparentemente “sem explicação”.
O corpo confessa aquilo que o ego (enquanto consciência) não consegue ou não se atreve a admitir.
É seguro dizer que o nosso corpo expressa aquilo que mil palavras não conseguem dizer e, neste sentido, o erotismo também é medicina.
Não é apenas prazer, é alquimia – um processo de integração, de retorno a nós mesmos.

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros. * Sou Mestre em Psicologia Clínica e trabalho em part-time como Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal. * O meu trabalho full time é desenvolvido na área de Consultoria Fiscal de PME’s. * As minhas áreas de interesse preferidas são Psicologia Analítica, Mitologia, Filosofia, Psicologia da Religião e Parapsicologia.
