“trabalhadores da luz” e o trabalho com a sombra
5 de Agosto, 2021

Quem são os “trabalhadores da luz”?
“trabalhadores da luz” e sombra = paradoxo? Nem por isso.
“lightworker“, ou “trabalhador da luz“, é um termo criado nos anos 80 e tornado mais conhecido 1 década depois pelas mãos da Doreen Virtue para designar todos aqueles que se dedicam a servir a humanidade, como missão de vida, trabalhando para a evolução e o desenvolvimento pessoal e espiritual dos outros.
É habitual vê-los ligados a práticas como yoga e a terapias alternativas e holisticas como o reiki, à astrologia e cartomancia, entre outras.
Associamos geralmente estas pessoas ao lado luminoso da espiritualidade: paz, boas vibes, positivismo, amor, dedicação, empatia, generosidade, bom carácter e bondade.
Mas por esta altura, se estás inserido no mundo da espiritualidade, já deves ter percebido que até os lightworkers têm um dark side – há inúmeros documentários e notícias a sair todos os meses sobre gurus iluminados que são apanhados a prevaricar, alguns indo contra aquilo que pregam.
Todos nós temos esse fatídico ou abençoado lado sombra.
Mas nem é preciso ser um guru conhecido com “pecados” dignos de destaque na TV ou redes sociais.
Basta olharmo-nos ao espelho com as nossas tricas e irritações quotidianas, as pequenas raivas e invejazinhas ou mesmo os medos de pôr os nossos dons em prática, porque a sombra não é tudo mau…
Mas é normal que assim seja porque todos temos esse fatídico ou abençoado lado sombra.
Aqueles que trabalham para o bem, para “a luz” deviam obrigatoriamente fazer trabalho com a sombra.
Felizmente hoje em dia esse conhecimento está mais difundido e as pessoas aceitam melhor as suas vulnerabilidades e submetem-se ao processo. Mas há ainda quem rejeite, sendo da luz, admitir um lado menos bonito em si mesmo.
Porque é que eu considero essencial para os lightworkers e healers fazerem shadow work?
William Eichman, no capitulo “O encontro com o lado escuro na prática espiritual” do livro “Ao encontro da sombra”, da autora Connie Zweig, escreveu o seguinte:
“O lado escuro pessoal vem à tona na meditação para atormentar e tentar o praticante. Ele é o “Diabo” pessoal, o inferno particular, que precisa ser confrontado e transformado quando bloqueia o caminho do estudante esotérico. O lado escuro biológico, o cosmológico e o cultural são a base da experiência pessoal do mal; mas no fim o praticante que luta para realizar o Trabalho precisa, ele mesmo, fazer face à sua própria escuridão. (…) Buscar a verdade significa experimentar a dor e a escuridão, bem como o luminoso lado branco da luz. Os praticantes devem preparar-se para lidar com o lado escuro da vida.”
Como em tudo na natureza, na vida, existe dualidade no ser humano, assim sendo, querendo ser luz, não podemos negar a escuridão em nós. Da mesma forma que se formos ajudar outras pessoas, precisamos ver nelas, sem julgamento, o bom e o mau – e é por isso que é necessário trabalhar a nossa própria sombra.
Não há forma de aceitarmos a escuridão no outro se não a compreendermos, pela nossa experiência pessoal de aceitação.
“A luz é infinita; as trevas são infinitas. Talvez jamais haja um fim para a luta contra a escuridão. Isso não deprime o verdadeiro praticante. Lutar contra a escuridão é o mesmo que buscar a luz. Tanto a escuridão como a luz são ilusões; mas o que está subjacente a elas é o Ser, a Bênção e a Consciência. E isso jamais deverá ser esquecido.”
W. Eichman

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal * Gosto de ler e estudar sobre Mitologia, Espiritualidade, Psicologia da Religião, Parapsicologia e Psicologia Analítica.
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