Só por hoje
21 de Janeiro, 2019
Ansiedade
Eu já vivi num estado de ansiedade extrema. Ansiedade. Controlo. Falta de confiança.
O dia seguinte preocupava-me: Como vai ser? O que vou dizer? O que vou fazer?
Qualquer coisa que acontecia fora do planeado alterava-me o sistema: “E agora, só problemas, só problemas! Só a mim me acontece isto! O que fazer?”
Resolver problemas era um problema: “Eu não sei resolver isto! Estou sozinha e agora? O que fazer?”
Nem Sempre Zen – Ansiedade
O que fazer? O que fazer?
E aquilo entra num loop tresloucado.
Durante uns anos tive alguns ataques de pânico e um sentimento muito grande de impotência, sobretudo uma grande preocupação com o que fazer no amanhã.
A Sra. Ansiedade e o Sr. Tranquilo
Quando fui viver com o meu marido nós éramos a Sra. Ansiedade e o Sr. Tranquilo. Eu queria planear tudo ao ínfimo pormenor e ele respondia “logo se vê” ou qualquer coisa do género.
Se ao inicio foi estranho (e irritante!), com o tempo foi terapêutico.
Largar da mão a necessidade de ter tudo controlado, porque há coisas que nós não controlamos (ponto final.) e (re)aprender a ter confiança em mim mesma, foram meio caminho andado para me ajudar a ultrapassar a ansiedade.
Obviamente fiz psicoterapia, o que foi uma tremenda ajuda. Ver o nosso pensamento, num momento de ansiedade, ser “mastigado e cuspido” de forma organizada é como levar um murro no estômago! Dói imenso no impacto mas passa rápido e quando dás por ti, pensas “como é que é possível a minha cabeça estar neste estado? O que é que estou a fazer a mim mesma?”
Actualmente, estou muito mais “relaxada” em relação ao que há-de vir porque na verdade, só temos o hoje para viver. Podemos (e devemos) fazer planos mas sempre de forma descontraída e com planos B e C ou então sem planos, se fores do tipo “tá-se bem”.
Porque está tudo bem
Problemas vão existir sempre mas se não os olharmos com calma e espírito analítico não os vamos conseguir resolver, não sem desgastar a nossa saúde mental, que é tão preciosa.
Tudo é relativo
Se fores a ver, aquilo que é um grande problema para ti, pode ser de fácil resolução para outra pessoa e vice versa, o que só prova que tudo é relativo.
As tuas vivências pessoais, o background familiar ou o teu estado de espirito no momento, tudo isto contribui para a tua forma de olhar os obstáculos. Há quem os veja como o fim do mundo, outros vêm desafios a superar com sucesso.
Nada é real e tudo é relativo.
Só por hoje
O Reiki também nos ensina isso, a viver um momento de cada vez.
Os seus cinco princípios assentam na premissa do “só por hoje”. Viver o dia, sentir o dia, refletir no dia. Ser grato pelo dia.
Um passo de cada vez.
“A frase só por hoje chama a atenção pera a necessidade de vivermos no presente e também nos alivia do peso que seria pensar em ter ele seguir os princípios para toda a vida. Já pensou na responsabilidade e na dificuldade de cumprir os princípios para sempre? Parece um objectivo impossível não estou? Mas se pensarmos em cumpri-los até ao final de um dia sai-nos um grande peso das costas e já parece um feito possível de se alcançar.”
Sara Cardoso em “A psicologia do Reiki”
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.