Nem Sempre Zen

Shadow Work ~ Interligando Consciente e Inconsciente

Quando saí das redes sociais

Quando saí das redes sociais, coisas aconteceram…

 

Quando no final do ano passado decidi pausar a minha presença nas redes sociais, sobretudo no instagram onde era mais activa, coisas interessantes aconteceram.

 

A primeira foi logo o cessar do ruído que me impedia de perceber o que me estava a irritar tanto nas publicações de Instagram;

A segunda foi ter a noção do tempo que a internet me estava a sugar de mim mesma, das minhas relações pessoais e dos estudos;

A terceira foi perceber quem são as pessoas que me rodeiam – para o bem e para o mal;

Por fim, clarear a mente em relação a quem sou e à minha relação com a exposição pública e ao social.

 

 

 

 

A inspiração

 

O que me inspirou a fazê-lo foi um documentário no Youtube sobre a vida dos Amish nos EUA.

 

Ao contrário do que sempre pensei, esta malta é muito coerente e tem os pés bem assentes na terra. Claro que há várias “secções” de Amish sendo que uns são mais tradicionais que outros mas…

Uma das coisas que mais me fascinou foi ver o estilo de vida simples que eles praticam e a escolha que fazem em não usar telemóvel a não ser eventualmente para o trabalho (dependente do tipo de Amish que se é, claro).

Desta forma privilegiam o tempo em família a conversar ou a jogar, ou até a cantar, mas tudo em comunidade.

 

Não larguei o telemóvel a 100% mas estive quase 2 meses sem fazer compras online – arranjei um sistema de evitar emails com publicidade – e estou à 4 meses sem Instagram.

Continuei a conversar com pessoas pelo Telegram e Whatsapp, continuei a ver as notícias nas apps do Público e do New York Times, as 2 publicações que tenho subscritas e divertir-me a fazer álbuns no Pinterest.

Mas coloquei um limite de tempo na utilização do telemóvel a partir de uma determinada hora do dia, em que as apps ficam todas inacessíveis.

 

Ganhei paz de espírito, poupei uns trocos e consegui organizar-me melhor. Conquistei sobretudo clareza de pensamento.

 

 

Saber usar as redes sociais

 

Nunca fui apologista de abandonar as redes sociais, sobretudo para quem tem um negócio. Mas quando, como no meu caso, o negócio está misturado com relações pessoais e partilhas além do trabalho, as coisas podem complicar-se.

No início eram partilhas de alma espontâneas. Mais tarde comecei a partilhar assuntos fruto de estudos e investigação, mais ligada às terapias que facilito.

Sempre fui avessa à exposição pública. Mesmo não mostrando a cara, partilhei algumas experiências pessoais, embora sempre com limites, e alguns tópicos relacionados com a minha vida espiritual, e muitas vezes, mesmo que o acolhimento do outro lado fosse sempre positivo, eu senti-me desconfortável com isso.

 

Então foi necessário abrir espaço para separar a Patrícia, da terapeuta e aprender a “saber usar as redes sociais”.

Embora a terapeuta precise partilhar, a Patrícia não sente necessidade de estar online, porque, como pessoa mais introvertida que sou, a minha energia vem de dentro, não de fora.

 

 

 

Desligar o ruído

 

Desligar o ruído externo e dedicar-me aos estudos permitiu-me ver o que não estava a conseguir ver, nomeadamente no que respeita ao meu trabalho enquanto terapeuta de aconselhamento e shadow worker.

Estudar Psicologia da Religião tem-me ajudado a perceber que quero continuar a trabalhar em Psicoterapia nesta área.

 

Há muita desconstrução a fazer mas há efectivamente espaço para viver uma espiritualidade saudável – é preciso é cultivar o espirito crítico e é para isso que eu estou aqui.

Só com a distância das redes sociais, do Instagram e das conversas manhosas dos “terapeutas da treta” é que eu hoje consigo entender porque razão andei tão zangada com tudo aquilo.

 

Um dia destes volto…

 

Não sinto necessidade de “picar o ponto” no Instagram. Mas sinto saudades de ler algumas partilhas e sinto falta de algumas interacções – das honestas.

Um dia destes volto, porque ainda há quem me incentive a fazê-lo.

Mas nada será igual quando voltar.

 

 

 

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