Nem Sempre Zen

Shadow Work for Wild Hearts & Deep Minds

A persona e autenticidade

 

Há quem, no desejo de viver em autenticidade, não consiga aceitar a sua persona e representar os vários papéis que lhe estão destinados na sociedade.

Isso pode levar a que sejam feitas escolhas dramáticas, supostamente “alinhadas com o propósito de vida” mas que mascaram a incapacidade de se integrar e viver de forma adequada em meio à sociedade.

 

Ex: o newbie da espiritualidade que trabalha num Banco, engravatado e “obrigado” a determinada postura, percebe que vive melhor de calções e chanatos, a queimar incensos e a cantar kumbaya ️e quer despedir-se do trabalho – que é o seu principal sustento – porque já não está “alinhado com a sua essência”.

 

Ok, calma.

As duas coisas podem (e devem) coexistir de forma saudável.
É bem verdade que a nossa perspectiva da vida muda, ao longo do tempo, e os nossos interesses acompanham essa mudança. Mas precisamos pensar bem se seguir o que “o coração diz” é de facto uma necessidade concretizável (a curto, médio ou longo prazo) ou se estamos a ir na carneirada por uma incapacidade de gerir um novo modo de estar e de pensar na vida.

 

 

A Persona enquanto máscara funcional

 

A persona é parte do nosso aparelho psíquico, faz parte de nós e tem esta capacidade de nos ajudar a ajustar ao mundo em que vivemos. Eu não sou a mesma Patrícia no trabalho e com os amigos. Não posso ser. O local, os interlocutores e as circunstâncias exigem-me diferentes comportamentos, sem que, no entanto, eu deixe de ser a mesma pessoa.

 

Representar um papel, já falámos de máscaras aqui, não tem nada de pejorativo, não é mentir ou enganar, é uma capacidade adaptativa que precisamos desenvolver, conscientes que, em essência, nunca deixamos de ser quem realmente somos.

 

“Nos dramas gregos, as máscaras dos atores, audaciosamente desenhadas, informavam a toda a platéia, ainda que de forma um pouco estereotipada, sobre o carácter e as atitudes do papel que cada actor estava representando.”

Constança Bettencourt

 

 

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3 Replies to “A persona e autenticidade”

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