Percorre o teu próprio caminho
25 de Outubro, 2018
Percorre o teu próprio caminho – é uma frase cliché mas quando realmente entendemos de que forma ela se aplica à nossa vida, torna-se a chave mestra para a porta da consciência.
Trabalho de introspecção
Não há dúvida que fazer um trabalho interior, de introspecção, é essencial para perceber qual é o nosso caminho na vida – seja em que sentido for.
Neste caso, falo do caminho de desenvolvimento espiritual. E este caminho, como toda a gente sabe, é muito pessoal.
Podemos inspirar-nos noutras pessoas e até tentar percorrer a mesma estrada mas quantas vezes isso não serve “apenas” para compreendermos que aquele não é mesmo o nosso caminho?
O que é que me desperta emoções?
“A cultura actual está obsessivamente focada em expectativas positivas irrealistas, tretas positivas e felizes de auto-ajuda que estamos sempre a ouvir, focadas naquilo que nos falta, aquilo que não somos, aquilo que devíamos ter sido mas não conseguimos ser.”
Mark Manson
Nunca na minha vida tinha lido livros de desenvolvimento pessoal ou espiritualidade, até agora. As minhas literaturas eram outras – muito, muito diferentes.
Neste momento dou por mim a pensar que alguns destes livros, a que me entreguei na esperança de aprender e de obter orientação no meu (re)despertar espiritual, me deixam uma sensação de vazio.
É como se eu estivesse a ler uma página em branco ou, pior ainda, um conjunto de frases batidas que não me despertam curiosidade ou interesse intelectual nem tão pouco quaisquer emoções.
Comigo há coisas que simplesmente não funcionam e há outras que eu sei que mexem comigo de forma muito profunda.
Uma imagem, uma pintura, uma história que me faça sentir compaixão pela natureza humana vai ensinar-me mais do que qualquer livro de desenvolvimento pessoal que não me emociona.
Tal como os livros, assim outras coisas.
Apesar de não me identificar como gótica, sempre gostei muito dessa subcultura, da ideia de encontrar beauty in darkness, precisamente porque me sinto atraída pelo imaginário sombrio, pelo macabro, pela parte mais obscura da mente humana.
E é nestas experiências – sejam literatura, pintura ou cinema – que eu vivencio as minhas emoções de forma intensa e delas retiro lições de vida.
Nós aprendemos com a experiência de vida mas também com a forma como percepcionamos as nossas sensações.
Eu tenho a minha própria bagagem – e tu também
Talvez eu não devesse pensar que nada sei – que é o que faço quando procuro as respostas no caminho dos outros.
Afinal de contas eu tenho a minha própria bagagem – e nem sempre esta bagagem inclui só coisas negativas, muito pelo contrário.
Eu tenho uma história.
Tal como tu.
Portanto, no meu processo de autoconhecimento, eu devia confiar mais em mim, em quem eu sou, no que eu gosto ou não gosto de fazer e nas práticas que gosto ou não de incluir na minha rotina, entre tantas outras coisas!
E ainda que o meu caminho não seja o convencional, ainda que eu não sinta, não vista, não leia e não faça como as outras pessoas, eu nunca deveria trair a minha natureza.
Nem tu.
Eu devo a mim mesma caminhar o meu próprio trilho e se ele não existir eu abro os roços, escavo e construo. Mas será o meu caminho.
E tu caminharás o teu.
E está tudo certo.
I don’t claim to know things better than you.
That’s probably the opposite.
I’m just documenting my life.
The evolution of my psychology.
My dreams.
My growth.
My mistakes.
I’m grateful to be able to share this with you.
And I would be delighted if it inspires some of you.
Don’t follow me. Carve your own path.
by Damien Bry
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.
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