Nem Sempre Zen

Shadow Work ~ Interligando Consciente e Inconsciente

O sucesso das pseudociências

 

O sucesso das pseudociências e falta de pensamento crítico na espiritualidade

 

Porquê as pseudociências angariam tantos adeptos?

 

Porque usar termos científicos chama a atenção e dá credibilidade.

É como quando os publicitários metem pessoas de bata branca a fazer anúncios de máquinas de lavar, a bata branca dá confiança porque nos lembra os médicos ou cientistas e estes são símbolos de conhecimento e autoridade sobre um determinado assunto.

 

Falta de pensamento crítico

 

Não basta sabermos que existe ABC e ler 1 livro ou ver 1 documentário e imediatamente na semana seguinte palestrar sobre o assunto. É preciso a conhecer a teoria, o autor, os críticos, ir às fontes.

 

De onde veio a ideia de ABC? O que lhe deu origem? Como se desenvolveu?

 

Estudar requer tempo, disciplina, trabalho… e isso as pessoas não querem porque não está de acordo com a nossa necessidade de satisfação imediata.

Por isso assume-se que aquilo que se lê na Internet, nas redes sociais é verdadeiro.

 

Daí que as terapias baseadas em pretensos factos científicos têm sucesso e crescem que nem cogumelos, porque as pessoas não conhecem as teorias científicas e ninguém vai verificar as fontes.

 

 

 

 

Usar termos científicos de forma incorrecta é fácil (e para alguns, dá milhões)

 

Todos podemos ser tudo o que quisermos: psicólogos sem curso, médicos sem o juramento, curandeiros de workshop de fim de semana. Mas isso tem consequências para quem a gente quer ajudar. Pessoas podem magoar-se seriamente por causa de andarmos a brincar aos gurus e curadores.

Se realmente quisermos ser bons em algo e ter autoridade no meio em que trabalhamos, temos de investir nisso, e não é só dinheiro: é tempo, são tempos livres que passam a estar ocupados, noites e fins de semana a estudar, fazer pesquisas.

Além de tempo são necessárias outras condições: ser humilde, ser sério, ter a cabeça arrumada minimamente, ter mente aberta e ser curioso.

E!… Também muito importante!… Trabalhar a sombra.

 

“O analista aprisionado na sua sombra começa, pouco a pouco, a brincar de profeta (…) Para podermos continuar a ajudar o paciente numa situação trágica da vida, que permanece trágica embora seu contato com o inconsciente possa ter melhorado, precisamos ser capazes de enfrentar a nossa própria situação trágica de vida. Nossa tragédia especial é, acredito, que quanto mais tentamos ser bons terapeutas que ajudam a conscientização dos pacientes, tanto mais nos tomamos vítimas do lado escuro da nossa luminosa imagem profissional, da nossa cegueira — no mínimo, parcial — em relação à nossa sombra.”

 

Charlatães, impostores e falsos profetas por Adolf Guggenbul-Craig

 

NOTA:

Não sou contra as práticas espirituais nem as medicinas alternativas. Sou a favor da complementaridade e eu própria mantenho as minhas crenças pessoais e práticas espirituais.

Nas minhas consultas respeito qualquer tipo de crenças que o paciente / cliente tenha. Apenas alerto quando percebo que as pessoas estão a entrar em campos perigosos de entropia espiritual ou a ser responsabilizadas por questões sobre as quais não têm qualquer controlo.

Há muitos terapeutas que têm milhares de seguidores nas redes sociais a espalhar mensagens que, em mentes mais vulneráveis, podem ter consequências graves.

Vamos todos estar alerta!

 

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