Nem Sempre Zen

Shadow Work ~ Interligando Consciente e Inconsciente

O significado da Páscoa

 

 

PÁSCOA, ou PESSACH, significa passagem e faz alusão à libertação do povo judeu do Egipto.

 

A Páscoa para mim tem este significado muito forte de “abrir caminhos, ultrapassar as dificuldades e escapar ao jugo“.

No caso dos judeus, foi a libertação do jugo do Faraó através da passagem pelo Mar Vermelho. Mas, para nós actualmente, será a libertação de uma escravidão auto imposta – porque nem sempre o mal vem do lado de fora.

 

Vivemos em comunidades. Não dependemos mas estamos ligados às decisões e comportamentos das pessoas à nossa volta. No entanto, temos sempre a liberdade para tomar as nossas próprias decisões e influenciar o curso da vida.

Se dá certo ou não… isso já são outros quinhentos.

 

 

O significado da Páscoa judaica: a passagem pelo Mar Vermelho

 

 

“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”

Exodus, 14:15

 

Quando o povo de Israel saiu do Egipto, diz a Bíblia que ainda andaram 40 anos perdidos no deserto antes de, eventualmente, terem encontrado o caminho para casa.

O importante foi terem dado o primeiro passo e feito a travessia pelo Mar Vermelho, aproveitando a oportunidade que surgiu e introduzindo movimento na sua jornada.
Para chegar a algum lugar tiveram de partir de algum lugar, não é verdade?

 

Eu imagino o seguinte…

 

Aquelas pessoas, ao ver o mar aberto e um caminho seco e livre pela frente, não ficaram pasmos a olhar e a postar mensagens no Twitter ou selfies no Instagram “oh que maravilha! deus é poderoso! somos tão abençoados!”

Pelo contrário. Quero acreditar que eles apertaram as tiras das sandálias junto às canelas, carregaram as trouxas às costas, puxaram a corda do burro e puseram-se a caminho a toda a velocidade!

“Chispa daqui pra fora!” terão gritado uns aos outros.

 

 

 

 

Pessach: Passagem implica movimento

 

 

Há pouco tempo fiz uma leitura de Runas em que toda a mensagem estava carregada de símbolos relacionados com movimento, era fascinante!

Em meio à necessidade de efectuar escolhas e tomar decisões, não sei qual o caminho pelo qual a pessoa optou, mas o que eu li nas Runas foi que, qualquer que fosse a decisão, era o suficiente para colocar tudo a mexer pois isso, por si só, ia provocar mudanças. Mudanças essas que vêm do movimento, que por sua vez surge pelo acto (ou poder) de tomar a decisão.

 

O José Régio tem um poema espectacular em que escreve:

 

A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí.

Por onde quer que a gente vá, que tenhamos sempre a coragem de nos movermos, de atravessar mar e deserto, até chegar onde temos de chegar, leve o tempo que levar.

 

 

 

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