O perigo dos “conselhos de Internet”
12 de Outubro, 2021
Tu és único e mereces ser tratado como o ser único que és.
Mas, às vezes, as redes sociais “despersonalizam-nos”, nomeadamente no mundo da espiritualidade e bem-estar.
A ajudar à disseminação desta “praga” temos por aí algumas personagens a oferecer conselhos indiferenciados, na tentativa de se tornarem o próximo Master Guru.
Uma coisa é inspirar, motivar e apoiar, através do relato das nossas experiências pessoais ou do nosso trabalho, enquanto terapeutas.
Outra coisa são as vulgares exibições de “poder” nas quais às vezes tropeçamos.
Estar “nem sempre zen” é uma realidade para toda a gente
Não devemos “glamourizar” as “good vibes” nem as “not so good vibes”, porque também acontece de se mandarem serpentinas e “glitter” para cima da saúde mental.
Este é um assunto sério uma vez que muitas pessoas não conseguem sair de uma situação difícil “à lá Fenix” todas esplendorosas e resplandecentes, prontas para escrever livros e aparecer na televisão a contar a sua história de superação.
Muitas vezes a malta sente-se é um pato coxo, depenado e vesgo que anda ali à toa a pensar “como raio é que escapei desta mer**??” e demora tempo a integrar o que aconteceu e a recuperar o equilíbrio.
Cada um de nós tem uma história
Somos um conjunto de vivências, de pessoas, de lugares, que deixam a sua marca no corpo e na alma e estes “conselhos de internet”, tipo “one size fits all”, ignoram completamente a nossa experiência pessoal – que faz toda a diferença na forma como percebemos, enfrentamos e lidamos com os problemas da vida.
Cuida de ti, física, emocional e espiritualmente. Não cedas à tentação de procurar uma fórmula rápida e despersonalizada em páginas de facebook/instagram.
Quem pede ajuda deveria ser mais exigente e quem oferece ajuda deveria ser mais responsável.
Procura ajuda técnica especializada sempre que achares que não estás no teu melhor e quando perceberes que o teu humor afecta a tua vida diária de forma incapacitante.
Isto também é amor próprio e auto cuidado.
A psicologia sem espiritualidade é vazia, árida e autocentrada – e a espiritualidade sem psicologia é infundada, desconectada e propensa a questões perturbadoras que emergem do eu sombrio (como o narcisismo espiritual).
Precisamos tanto da psicologia quanto da espiritualidade trabalhando juntas para nos fornecer um caminho completo: um que respeite todos os lados de nossa natureza. (…) apesar do que muitos gurus de autoajuda proclamam, meditação não é suficiente.
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.
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