O nosso propósito é sermos reais
15 de Agosto, 2021
O nosso propósito é sermos reais.
O que é que isso significa?
Às vezes (muitas vezes) tenho medo de ser o que sou porque tenho consciência que o que sou não é bonito.
Mas… não é bonito aos olhos de quem?
Aos de quem me criou “que não me criou para ser assim”?
Aos da sociedade? Da família? Dos amigos? De quem me paga o salário?
E quando me deito à noite e penso em todo o “mal” que fiz ou pensei, presto contas a alguém mais senão a mim mesma? Não.
Então, que importam os outros?
Isto de “parecer bem” está tão enraizado em todos nós que no “rame rame” da vida quotidiana esquecemos quem somos (o mau e o bom). E quando isso acontece damos por nós a ser enleados nas manhas dos outros.
Somos “sim, senhor” para não os desagradar, somos bonzinhos porque “foi assim que fomos ensinados” e quando “mostramos as garrras” e fazemos nos fazemos ouvir ou fazer valer a nossa posição caem em cima de nós como se se fossemos uma pessoa tão diferente que parece que temos “o diabo no corpo”.
Quem é esta pessoa?! perguntam eles…
Quem és??
Quem sou??
Eu sou o que sempre fui – mas escondi.
Escondi para mim e esse é o problema. Quando eu me vejo como sou (e me aceito), tomo posse de mim mesma e torno-me real.
Não me enganando a mim, tão pouco enganarei os outros.
O caminho do espírito é recto e ascendente. O caminho da alma é sinuoso, descendente e perturbador.
A estrada da alma é também o caminho da iniciação à nossa natureza humana.
Nosso propósito não é sermos “bons”, ingénuos e inocentes — mas sim sermos reais e conhecermos a nossa escuridão, a via negativa.
Iniciação significa conhecer aquilo de que somos capazes, nossos limites, nossas fomes, nossos desejos.
A aquisição desse conhecimento implica, com frequência, um processo doloroso. Mas somente seremos capazes de responsabilidade e escolha inteligente quando estivermos conscientes desses factores.
Quem são os criminosos?
Jerry Fjerkenstad
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.
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