Liberdade – 25 de Abril de 1974
24 de Abril, 2018
Eu nasci 2 anos após a revolução de Abril, que deitou por terra longos anos de ditadura.
A minha avó ia trabalhar nesse dia, 25 de Abril de 1974, quando levou uma bastonada da polícia e foi mandada de volta para casa. O irmão do meu avô foi preso. Os meus pais não puderam atravessar a cidade para ir trabalhar. Mas valeu a pena.
Daquele tempo, da ditadura, só sei o que a minha família me contou.
Havia quem vivesse bem. Mas desses eu não sei. Sei dos meus, que sofreram.
Contaram-me que eram tempos duros, que havia fome, que as pessoas não podia juntar-se para conversar, nem no café estavam à vontade para falar.
Contaram-me não existiam cuidados de saúde, que a imprensa e as artes eram censuradas, que havia a PIDE e que pessoas eram presas e torturadas.
Tanta coisa mudou nestes 44 anos e às vezes penso que não sabemos aproveitar a liberdade que temos.
Reclamamos muito mas agimos pouco.
Imagina que naquele dia os nossos militares, em vez de entrar em Lisboa dispostos a mudar o rumo da história, simplesmente tinham reclamado, escrevendo posts indignados no Facebook e colocado selfies no Instagram a mostrar o seu descontentamento?
O “agir” vale para tudo na nossa vida, não só nas grandes manifestações de rua como em pequenas (grandes) coisas no nosso dia a dia.
Reclamar os nossos direitos é essencial, e cada vez mais o fazemos (nem sempre da melhor forma), mas o “agir” é que provoca a mudança e faz a revolução acontecer.
Vamos aproveitar esta liberdade da melhor forma, porque hoje podemos. Vamos continuar a FAZER algo para mudar o mundo à nossa volta! Seja:
– Sendo um exemplo positivo para os mais novos, através das nossas atitudes;
– Ou tendo comportamentos mais “verdes” por amor ao planeta;
– Ou ensinando as pessoas a ter uma vida mais saudável;
– Ou fazendo voluntariado, estendendo a mão a quem mais precisa;
– Ou simplesmente respeitando “o outro”, o seu espaço, as suas ideias, a sua doença, a sua tristeza, as suas opções.
Vamos celebrar a LIBERDADE!
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempoSophia de Mello Breyner Andresen, in ‘O Nome das Coisas’
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.