Nem Sempre Zen

Shadow Work ~ Interligando Consciente e Inconsciente

Liberdade – 25 de Abril de 1974

Nem Sempre Zen – 25 Abril de 1974

 

Eu nasci 2 anos após a revolução de Abril, que deitou por terra longos anos de ditadura.

A minha avó ia trabalhar nesse dia, 25 de Abril de 1974, quando levou uma bastonada da polícia e foi mandada de volta para casa. O irmão do meu avô foi preso. Os meus pais não puderam atravessar a cidade para ir trabalhar. Mas valeu a pena.

Daquele tempo, da ditadura, só sei o que a minha família me contou.

Havia quem vivesse bem. Mas desses eu não sei. Sei dos meus, que sofreram.

Contaram-me que eram tempos duros, que havia fome, que as pessoas não podia juntar-se para conversar, nem no café estavam à vontade para falar.

Contaram-me não existiam cuidados de saúde, que a imprensa e as artes eram censuradas, que havia a PIDE e que pessoas eram presas e torturadas.

Tanta coisa mudou nestes 44 anos e às vezes penso que não sabemos aproveitar a liberdade que temos.

Reclamamos muito mas agimos pouco.

 

Imagina que naquele dia os nossos militares, em vez de entrar em Lisboa dispostos a mudar o rumo da história, simplesmente tinham reclamado, escrevendo posts indignados no Facebook e colocado selfies no Instagram a mostrar o seu descontentamento?

 

 

O “agir” vale para tudo na nossa vida, não só nas grandes manifestações de rua como em pequenas (grandes) coisas no nosso dia a dia.

Reclamar os nossos direitos é essencial, e cada vez mais o fazemos (nem sempre da melhor forma), mas o “agir” é que provoca a mudança e faz a revolução acontecer.

 

Nem Sempre Zen – Reclamar os nossos direitos é essencial mas é o “agir” que provoca a mudança e faz a revolução acontecer.

 

Vamos aproveitar esta liberdade da melhor forma, porque hoje podemos. Vamos continuar a FAZER algo para mudar o mundo à nossa volta! Seja:

– Sendo um exemplo positivo para os mais novos, através das nossas atitudes;
– Ou tendo comportamentos mais “verdes” por amor ao planeta;
– Ou ensinando as pessoas a ter uma vida mais saudável;
– Ou fazendo voluntariado, estendendo a mão a quem mais precisa;
– Ou simplesmente respeitando “o outro”, o seu espaço, as suas ideias, a sua doença, a sua tristeza, as suas opções.

 

Vamos celebrar a LIBERDADE!

 

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen, in ‘O Nome das Coisas’

 

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