Julgamento enquanto medida de consciência
15 de Abril, 2024
A Bíblia refere, em Mateus 7:1 “Não julgueis, para que não sejais julgados” mas o julgamento é uma coisa que sai da boca com uma velocidade avassaladora.
Faz parte da nossa natureza observar e avaliar, aceitar ou condenar mediante os nossos padrões sociais e culturais.
Por muito pios que queiramos ser, volta e meia lá estamos nós a apontar o dedo ao outro porque fez, disse e aconteceu.
Diz-se que a boca fala do que está cheio o coração.
Logo, quando falamos coisas de que nos arrependemos ou que percebemos que magoa os outros, talvez esteja na altura de pôr a mão na consciência e analisar:
“de onde veio isto?” e “porquê?”
Não no sentido de nos martirizarmos por o termos feito, mas com o propósito de olhar com compreensão as razões que nos levaram a tal acto.
E nesse aspecto, o julgamento pode até servir para avaliar até que ponto alguém está consciente da seriedade dos seus pensamentos, bons ou maus, e do quanto estes o afectam.
E em terapia, há julgamento?
Em terapia, nomeadamente shadow work, eu não posso julgar o outro e o outro tem de estar à vontade para falar sem medo do julgamento.
Porque neste espaço há coisas confessadas que poderiam arrepiar muitos cabelos.
O trabalho com a sombra precisa estar além do conceito de “certo ou errado” e “bem ou mal”.
Aqui, muitas vezes, a moralidade fica do lado de fora da porta.
Dizem-se coisas perversas e dão-se conselhos pouco aceitáveis socialmente.
Mas, se não existir uma comunicação fluída e sem espartilhos, a relação entre terapeuta e cliente não tem espaço para acontecer de forma saudável e eficaz.
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.