Nem Sempre Zen

Shadow Work ~ Interligando Consciente e Inconsciente

Julgamento enquanto medida de consciência

A Bíblia refere, em Mateus 7:1 “Não julgueis, para que não sejais julgados” mas o julgamento é uma coisa que sai da boca com uma velocidade avassaladora.

 

Pode o julgamento actuar enquanto medida de consciência?

 

Faz parte da nossa natureza observar e avaliar, aceitar ou condenar mediante os nossos padrões sociais e culturais.

Por muito pios que queiramos ser, volta e meia lá estamos nós a apontar o dedo ao outro porque fez, disse e aconteceu.

 

Foto Karolina Grabowska via @Pexels

 

Diz-se que a boca fala do que está cheio o coração.

Logo, quando falamos coisas de que nos arrependemos ou que percebemos que magoa os outros, talvez esteja na altura de pôr a mão na consciência e analisar:

“de onde veio isto?” e “porquê?”

Não no sentido de nos martirizarmos por o termos feito, mas com o propósito de olhar com compreensão as razões que nos levaram a tal acto.

E nesse aspecto, o julgamento pode até servir para avaliar até que ponto alguém está consciente da seriedade dos seus pensamentos, bons ou maus, e do quanto estes o afectam.

 

E em terapia, há julgamento?

 

Em terapia, nomeadamente shadow work, eu não posso julgar o outro e o outro tem de estar à vontade para falar sem medo do julgamento.

Porque neste espaço há coisas confessadas que poderiam arrepiar muitos cabelos.

O trabalho com a sombra precisa estar além do conceito de “certo ou errado” e “bem ou mal”.

Aqui, muitas vezes, a moralidade fica do lado de fora da porta.

Dizem-se coisas perversas e dão-se conselhos pouco aceitáveis socialmente.

Mas, se não existir uma comunicação fluída e sem espartilhos, a relação entre terapeuta e cliente não tem espaço para acontecer de forma saudável e eficaz.

 

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