Isto não é a realidade
8 de Janeiro, 2020
Hoje tive um sonho.
Era como se estivesse dentro de um jogo de computador.
Eu e a minha equipa éramos reféns de um grupo de monstros/fantasmas que tentavam iludir-nos e fazer-nos cair nas suas armadilhas por via de uns desafios que precisávamos completar.
Não estávamos presos mas era como se estivéssemos.
O centro de tudo
Um dos castigos infligidos a quem perdia os desafios era definhar à fome, em público, até se verem as entranhas. Ao invés das costelas que ficam visíveis quando o corpo emagrece demasiado, aqui eram os nossos orgãos internos, do centro do corpo.
O centro de tudo no nosso corpo está relacionado com os nossos medos, o nosso poder pessoal, então é fácil perceber que estes fantasmas/monstros na pele de nossos carcereiros, queriam intimidar-nos a ponto de perdermos a nossa confiança e auto estima.
Não só isso nos enfraquece como nos torna vulneráveis face à humilhação a que se era sujeito, ao vermos as nossas fraquezas serem expostas perante os nossos pares.
No final do sonho, lembro-me de que eu era a última a passar por uma série de desafios, a la hunger games. Então o meu pensamento naquela altura era: vou passar pelo meio da praça, levantar a cabeça, encher o peito e mandar a mensagem aos meus carrascos:
“Vejam bem onde estão os meus olhos: aqui em cima! Eu estou cheia de medo mas isto não é a realidade, por isso vou passar e vou vencer!”
Com medo mas de cabeça erguida
Sempre que, na vida real, me sinto assim, lembro-me sempre da expressão da Uma Thurman no filme Kill Bil, na cena da batalha na House of the Blue Leaves… a forma dominante e segura como ela pega na espada contrasta com o olhar que varia entre o terror e o sentimento de “fuck it, I’m gonna do this“.
De uma forma resumida, esta personagem (eu, no meu sonho; a Beatrix Kiddo, no Kill Bill) sou eu, és tu e tantas outras pessoas a passarmos pela vida: de espada na mão, prontos para a batalha, sozinhos, com medo e vulneráveis mas de cabeça erguida.
Os desafios realmente são muitos e tantas vezes quebram-nos o espírito, tentam fazer-nos sentir fracos e impotentes mas… isto não é a realidade.
A realidade somos nós que a criamos.
Não é preciso ter vergonha de sentir coisas supostamente “menos nobres” como frustração, irritações ou mesmo o medo. Todas emoções e os sentimentos que vivemos servem para nos trazer lições.
Há que continuar a caminhar, passo a passo.
O que vem a seguir a um passo? Outro passo. E outro e outro. E assim seguimos viagem.
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.
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