Honrar a ancestralidade (e celebrar o Samhain)
29 de Outubro, 2021
Honrar a ancestralidade é uma prática bonita que se vive na altura do Samhain.
Esta época para mim, simboliza vivências internas: olhar para dentro e reflectir. Significa também viver as memórias, aceitar e acolher as partidas dolorosas e homenagear “os meus”.
Ofereço-te, para te inspirares na tua viagem interna, uma “oração” pessoal que partilhei em 2018, quando comecei a sentir verdadeiramente o poder dos antepassados (e olha que hoje faz-me ainda mais sentido!).
Mas, numa nota aparte, relembro-te que é importante sim honrar aqueles que desbravaram caminho antes de ti mas ao mesmo tempo não te esqueças de honrar a tua própria jornada, aquela que fazes diariamente, muitas vezes em meio a tantas lutas e adversidades.
Aos que vieram antes de mim
Agradeço, de todo o meu coração, por todos os que viveram antes de mim e prepararam o caminho para que eu chegasse até aqui.
Agradeço os braços que me envolveram quando eu estava encolhida no chão a chorar compulsivamente. Por todos os momentos em que eu quis morrer e alguém me sussurrou “amanhã será melhor, não percas a esperança!”.
Agradeço o sangue derramado da minha mãe, da mãe dela, da avó e todas as mulheres que existiram antes delas para me dar vida.
Agradeço o sacrifício. O sorriso. O colo. A paciência. As lutas porque passaram.
A quem nunca conheci, agradeço o legado, que sinto manifestar-se nas coisas mais subtis mas significativas.
Agradeço as pequenas grandes coisas que me fizeram feliz.
Agradeço às vidas que vivi antes desta, pelo ensinamento, pela dor e pelo amor. Eu honro a vossa passagem pela terra e a marca que deixaram.
E hoje, mais uma vez, peço perdão e perdoo.
Agradeço a quem do alto me inspira e me orienta, todos os dias da minha vida.
Obrigada por me guiarem e me trazerem até aqui, a este momento.
Uma nota importante…
Honrar a ancestralidade não significa aceitar de bom grado e eventualmente perdoar alguém nos fez mal ou a outros da nossa família só porque sim.
O que é bonito para uns, pode ser traumatizante para outros.
Estas são questões muito pessoais e íntimas e devem ser vividas com integridade por cada um de nós, individualmente e tendo em conta as nossas experiências familiares e pessoais.
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal * Gosto de ler e estudar sobre Mitologia, Espiritualidade, Psicologia da Religião, Parapsicologia e Psicologia Analítica.
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