Hel – Abraçar o lado sombra (I)
16 de Outubro, 2018
Abraçar o lado sombra
Hel é uma divindade da Mitologia nórdica, cujo nome significa “aquele/a que se esconde”, por esse motivo quero falar sobre o acto de abraçar o lado sombra.
Abraçar o lado sombra mais não é do que acarinhar aquele nosso lado feio, desagradável, que teimamos em esconder – para os outros e para nós próprios.
Hel teria sido uma criatura terrífica de se olhar. Dizem que parte do seu corpo tinha os ossos expostos.
Sendo uma das filhas de Loki – o deus do engano – o supra sumo Odin achou que era melhor manter Hel debaixo de olho e assim ela ficou a viver em Asgard,
Mas a sua terrível aparência fazia com que as pessoas a evitassem e então ela pediu a Odin que a deixasse ir para o Submundo,
Those who are excluded for being socially unnacceptable revert more do exploring the inner realms. This means they’re not affraid of being in the dark, for they have seen the darker side of human nature and learned to process their own fears.
[Hel] knows (…) that if we don´t express the landscape of darker thoughts and feelings, we will be lost in limbo, neither fully alive nor dead.
In Goddess Wisdom by Tanishka (Hay House Books, 2017)
Por muito soturno que possa parecer, este exercício de analisar a sombra é uma forma de aprendizagem muito importante.
Não há LUZ sem ESCURIDÃO
Para que a luz se manifeste, precisamos da escuridão.
Teremos dificuldade em ser luminosos se persistirmos na ideia de esconder aqueles nossos defeitozinhos que nos irritam e particularidades mais dark da nossa mente.
Pelo contrário, se assumirmos que somos tudo isso, o bom e o menos bom, iremos conseguir brilhar.
Porquê? Porque integrámos todas as características do nosso ser. Porque nos afirmamos completos, sem omitir nada daquilo que nos identifica como um ser uno.
“No drama da nossa evolução, a sombra é a personagem mais interessante. A sombra só é perigosa quando a mantemos trancada na cave escura da repressão. (…)
Precisamos de descobrir compaixão e de aceitar as trevas que estão dentro de nós de modo a compreendê-las e, em última análise, a transcendê-las.”
In “A luz e a sombra” by Debbie Ford (Lua de Papel, 2010)
[continua no próximo artigo]
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.