Flow (aquilo que realmente importa…. – parte 2)
25 de Junho, 2018
Esta é a segunda parte do artigo sobre aquilo que realmente importa (na nossa vida).
Neste artigo tento responder à pergunta:
Porque é que eu não pensei na dieta durante os dias em que estive longe da cidade, das pessoas e da minha rotina habitual?
Flow
O termo flow significa “fluir” em português mas é tão mais do que isso.
“A state in which people are so involved in an activity that nothing else seems to matter; the experience is so enjoyable that people will continue to do it even at great cost, for the sheer sake of doing it.”
– Mihaly Csikszentmihalyi, 1990
O trabalho de Mihaly Csikszentmihalyi identificou 6 características do flow , que são:
- Concentração absoluta na tarefa;
- Distorção da noção de tempo;
- A experiência em si mesma já é uma recompensa;
- Fusão entre atenção e acção;
- Sentimento de controlo sobre a tarefa;
- Perda de autoconsciência reflexiva. (1)
As pessoas que estão mais capacitadas para sentir e viver este “fluir” são, segundo apontam alguns estudos, aquelas que:
- Demonstram um interesse profundo na vida, na existência;
- São persistentes;
- São pouco autocentradas em sí próprias;
- São conscienciosas.
Uma das formas de conseguirmos “entrar” neste estado de flow será abandonar quaisquer distracções, como o smartphone, que insistentemente nos puxam para as questões mundanas do quotidiano.
(aquelas que, se analisarmos bem, não são assim tão importantes)
A motivação para o flow
A maior motivação para o flow é gostares realmente do que estás a fazer.
É aquela sensação de estares tão embrenhado num trabalho ou numa leitura que te dão prazer, que nem dás pelo tempo passar.
Portanto, respondendo à questão que coloquei anteriormente:
Porque é que eu não pensei na dieta durante os dias em que estive longe da cidade, das pessoas e da minha rotina habitual?
A minha ansiedade era mínima, o ambiente (o ar, o som, a visão) era propicio a relaxar e a vontade de viver aquele momento em todo o seu esplendor era mais que muita!
Estava tão empenhada em disfrutar da natureza a 100% que não me preocupei com mais nada.
Deu-se a fusão entre a atenção e a acção, de forma que não havia espaço para outras questões senão a experiência daquele momento.
Nestes dias de retiro na natureza, aquilo que me fez sentir bem e feliz era estar a desfrutar do prazer de estar ali, naquele momento, naquele local.
O mais importante era viver todas as experiências sensoriais: respirar o ar puro, estar embrenhada na floresta, ouvir o som do vento nas árvores e sentir as pedras da calçada medieval, enquanto caminhava serenamente pela serra.
(1) Perda de autoconsciência reflexiva é a perda de consciência de nós próprios, não nos apercebemos de que estamos ali, “engajados” naquela tarefa.
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.