Encontra a tua Voz (para seres feliz)
30 de Novembro, 2022
Encontra a tua voz parece um daqueles clichés que lês nas redes sociais de pseudo gurus espirituais da treta. Mas, neste artigo, eu digo-te porque uso esta expressão para me referir à imperiosa necessidade de não seguir a carneirada, mesmo que toda a gente pareça ter a fórmula certa para o sucesso ou a felicidade.
Inspira-te, não copies.
Há uns meses assisti a um webinar de um compositor e vocalista de uma banda americana de deathcore em que alguém perguntou:
“como é que a malta que começa agora a cantar este estilo pode conseguir uma vocalização como a tua?”
O vocalista respondeu:
“bom, porque tem de ser como a minha? Os nossos aparelhos vocais são diferentes, logo vocês vão produzir um som diferente. O que podes fazer é inspirar-te em mim, sim, mas tens também de treinar muito para depois encontrares a tua própria voz”
Fiquei com essa resposta na cabeça, enquanto analogia ao que se passa nas nossas vidas, quando tentamos fazer algo e “copiamos” o que os outros estão a fazer ou queremos seguir a mesma receita pré-formatada para o sucesso.
Terá Ana Moura Enlouquecido?
E calhou de, mais recentemente, ter lido o Postal do Dia, do Luís Osório no qual ele comentava sobre se a Ana Moura, fadista portuguesa bem conhecida além-fronteiras, teria enlouquecido.
Claro que fui atrás do título… Terá Ana Moura enlouquecido? Porquê? O que aconteceu?
E ao ler aquele postal entendi tudo.
A Ana Moura mudou. E tantas foram as mudanças na vida dela que a sua forma de expressão precisou mudar também para acompanhar esta nova fase.
Ela precisou (re)encontrar a sua voz.
Os seus fãs mais fervorosos de há 20 anos terão estranhado essa passagem do fado tradicional – que lhe rendeu fama, colaborações musicais de tirar o folêgo e, seguramente, um bom cachet – para um estilo musical diferente, mais eclético e quiça popular?
Encontra a tua Voz (para seres feliz)
A questão é mesmo: Porquê insistir numa fórmula que até funciona, mas que te faz miseravelmente infeliz?
Pergunta-te a ti mesmo/a isso. Porque continuo a fazer, a falar, a pensar, a conviver, a aceitar tudo e todos se isso não me traz paz nem me faz feliz?
No meio disto tudo, o que precisas fazer, independentemente da opinião externa ou do que quer que o mundo inteiro esteja a fazer, é: encontra a tua voz!
PS1: Eu que não gosto muito destes ritmos mais dançáveis, vi-me completamente rendida à música “agarra em mim”, sobretudo pela letra.
PS2: O meu avô, falecido à 16 anos, era muito fã da Ana Moura, era ela ainda uma desconhecida que passava nos programas de rádio noite dentro. Gostava de saber o que diria ele desta Ana Moura de hoje. Desconfio que seria qualquer coisa como “deixa a miúda fazer o que quiser que ela está feliz” 🙂

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros. * Sou Mestre em Psicologia Clínica e trabalho em part-time como Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal. * O meu trabalho full time é desenvolvido na área de Consultoria Fiscal de PME’s. * As minhas áreas de interesse preferidas são Psicologia Analítica, Mitologia, Filosofia, Psicologia da Religião e Parapsicologia.