Como sei que estou a fazer trabalho com a sombra?
7 de Fevereiro, 2022

Como sei que estou a fazer trabalho com a sombra?
O que é que se sente?
Porque partilho a minha experiência?
Como sei que estou a fazer trabalho com a sombra? O que se sente no processo?
Este é o meu processo, eu sinto-o desta forma.
O meu corpo está numa fase em que pede recolhimento e estou de mau humor e irritada.
Estou também muito pensativa. Mas estes pensamentos não são aleatórios, levam-me a analisar e reflectir sobre comportamentos que tive num passado recente e que hoje acho que podia ter feito diferente e agido de forma mais correcta.
Ou seja, não são pensamentos ruminantes, são introspecções conscientes que me levam de A a B e depois a C, culminado numa espécie de momento “ah-ah!!”
Porque partilho?
Para te explicar que trabalho com sombra é um processo consciente e de auto análise.
A sombra é só um de vários elementos da psique na psicologia trabalhada por Carl Jung.
Numa mente sã, estes elementos dialogam entre si. Numa mente fraccionada, eles não coexistem, atropelam-se.
Ou nós estamos emocionalmente estruturados, conseguimos perceber a interacção e somos capazes de “introspectivar” ou então vamos focar a atenção num só ponto, desprezando tudo o resto e acentuando um desequilíbrio já existente.
Em consulta, por vezes, é possível observar as oscilações de um ponto ao outro e geralmente vai aos extremos.
Mitos e Equívocos
-Ah mas eu pensei que sombra era fazer meditação ou fazer trabalho espiritual com o “lado negro da força” ou participar em workshops de partilha de experiências com outras pessoas ou fumar umas coisinhas giras e fazer uma trip astral.
Não!
– Meditação é uma ferramenta super importante e que eu adoro, mas nem sempre é um processo totalmente consciente!
– Fazer trabalho espiritual com o “lado negro da força” é uma opção pessoal que, em termos de contacto com a sombra pode ensinar-te muito, mas se focas só na escuridão, a luz não vem e ela também é precisa.
Vê AQUI o artigo que escrevi que fala um pouco sobre isto
– Workshops de partilha de experiências com outras pessoas são importantes para te sentires acolhido/a mas duvido que alguém vá revelar os seus dark secrets em público
(e se o fizer, convenhamos que algo não está bem, porque há limites à nossa privacidade que devemos respeitar!).
– Fumar umas coisinhas giras e fazer uma trip astral não é shadow work porque há um abaixamento da consciência que não te permite pensar e fazer auto análise de forma lúcida, que te permita integrar a informação ou as sensações que venhas a ter.
IMPORTANTE: Nestes processos com produtos alucinogénios, ainda que terapêuticos, deve sempre existir acompanhamento psicológico coadjuvante.
“Um dos principais caminhos para integrar nossos opostos interiores é o confronto consciente com a sombra — a parte “escura” da personalidade que contém as qualidades e atributos indesejáveis que nos recusamos a “assumir””
Gary Toub
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Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal * Gosto de ler e estudar sobre Mitologia, Espiritualidade, Psicologia da Religião, Parapsicologia e Psicologia Analítica.