Assumir a responsabilidade
4 de Setembro, 2018
Nada te cai no colo facilmente, muitas vezes tens de penar para alcançar a estabilidade que desejas.
É certo que há pessoas a quem parece que a vida estende um tapete vermelho e diz: vai.
Mas para o comum dos mortais a coisa não é bem assim. Há escolhas a ser feitas, decisões a ser tomadas e provavelmente algumas noites sem dormir.
Gerir uma empresa
Eu trabalho com gerentes de várias empresas. São pessoas de daqui e de lá, novos e velhos. Mas quase todos têm algo em comum: não gostam da responsabilidade.
Trabalhei há muitos anos com uma pessoa que tinha um pequeno café, numa zona até bastante movimentada mas que se queixava muito porque… enfim, aquilo dava muito trabalho.
Eu não trabalho por conta própria, ainda, mas percebo as dificuldades de quem o faz. A nossa legislação fiscal não ajuda em nada os pequenos empresários.
No entanto, quando alguém se dispõe a ter um negócio próprio, este não pode ser nem muito optimista nem pensar só nas dificuldades. Tem de se rodear de pessoas que o apoiem a ultrapassar as questões burocráticas e a saber contornar os obstáculos.
Mas nunca, nunca pode delegar nos outros a responsabilidade das suas decisões.
Ser chefe mas não querer a responsabilidade
Aqui há uns tempos falei por alto no stories do Instagram do caso de uma empresa cliente, que no espaço de um ano foi despedaçada por um grupo de pessoas que assumiram a gerência sabe deus porquê.
Tudo isto porque a anterior gerência não quis mais assumir a responsabilidade da empresa – uma empresa que esta pessoa construiu e com relativo sucesso ao longo de 20 anos – porque já lhe começavam a pesar nos ombros as muitas tomadas de decisão que eram necessárias para tirar a empresa do “buraco”.
Então optou-se pela solução mais fácil: passar a responsabilidade para os outros.
Mas isto não correu nada bem.
É muito bom colocar o peso das nossas decisões em cima dos ombros das outras pessoas, não é?
Sabe muito bem virar as costas para não resolver um problema ou culpar os outros quando as coisas correm mal, hein?
Assumir a responsabilidade no dia a dia
Até mesmo em situações corriqueiras do dia a dia, experimenta assumir a responsabilidade (caso seja realmente tua, obviamente!) de forma completamente transparente e honesta.
Já me aconteceu isto…
Fiz uma asneira qualquer no trabalho e fiquei matutar sobre como resolver aquilo, tipo “how to get away with murder” eheh e isto gera uma ansiedade tremenda: pela incredulidade ao tomar consciência daquele lapso, pela culpa, por não ter como voltar atrás e pela antecipação da reacção da chefia quando descobrir.
Então passei a ter esta postura: Fiz porcaria, vou já contar ao chefe, assumir que cometi o erro e disponibilizar-me para o resolver.
O que é que acontece? A pessoa do outro lado fica desarmada porque já não te pode culpar e encher a cabeça uma vez que tu já assumiste o erro. O que é que ele pode fazer? Andar o dia todo tipo pica miolos?
Problema dele, eu fiz o que tinha de fazer. Não fugi, dei a cara e arquei com as consequências.
Também a isto se chama ser adulto.
Dar o primeiro passo e assumir a escolha de uma nova vida
Quando estás num relacionamento e achas que as coisas não estão a correr bem porque a outra pessoa não corresponde ao que tu desejas, é tua responsabilidade agir e colocar uma pedra no assunto.
Quando achas que a tua vida poderia ser melhor se aquele obstáculo não existisse. A responsabilidade é tua de o remover.
Aquela pessoa tóxica, que não podes tirar da tua existência porque sei lá, é a tua mãe, o teu pai, o teu irmão… não os culpes pela tua desgraça, procura antes uma forma de te aliviares desse peso no coração.
Não precisas estar sozinha(o)
Procura um psicoterapeuta que te ajude a ver a situação de forma imparcial e te oriente na busca de soluções práticas para aquele problema.
Procura a opinião de alguém que saiba do teu negócio e aprende com essa pessoa.
Mas por favor, assume a responsabilidade da tua vida!
De nada vale culpar o outro. A vida é tua, tu decides.
Ah mas dá trabalho?
Dá. Mas não funciona de outra forma
Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia e Terapeuta de Shadow Work * Actualmente continuo a estudar Psicologia Analítica mas também Psicologia da Religião, Filosofia do Yoga e Gnose e Esoterismo Ocidental.