A magia de não estar sempre feliz
9 de Maio, 2018
Hoje vou falar um pouco de um tema que me é muito querido: a Psicologia Positiva.
Não vou ser extensa, porque é uma temática complexa que não caberia aqui num só artigo.
Pretendo apenas deixar uma mensagem importante, que se cruza com a minha experiência pessoal, para as pessoas que estão sobrecarregadas com mensagens do tipo:
“ Então?! pensamento positivo! não fiques triste! és muito negativa! “
Por muito boas intenções que haja, nem sempre estas palavras são as mais adequadas para quem está a passar um mau bocado na vida.
Muitas vezes quem não está bem pode até sentir-se ainda mais frustrado e incapaz de encontrar uma solução racional para o seu problema. por estar a ser, de certa forma, pressionado a “ser positivo”.

A vida não é um anúncio da Vodafone
Muito se fala actualmente da necessidade de não nos castigarmos com os ideais de perfeição e abraçar as nossas características mais gloomy, sem julgamento.
O que muitas pessoas desconhecem é que a Psicologia Positiva (PP) foi uma das primeiras áreas a focar o aspecto da integração dos momentos menos bons na construção da nossa sensação de bem estar subjectivo, ou Felicidade.
Ao contrário do que durante muito tempo se pensou, a PP não nos diz que devemos afastar-nos das pessoas negativas ou que temos a obrigação de ser optimistas em qualquer ocasião.
Há que perceber que a vida não é um anúncio da Vodafone, repleta de jovens bonitos, felizes, frescos e fofos, nem do Intermarché com familias imensas, unidas à volta da mesa no Natal.
Bom, para muitos será assim (felizmente!)…. mas não sempre.
Há momentos em que os jovens deprimem, se sentem rejeitados e frustrados e há alturas e que as familias estão desavindas ou separadas, seja porque razão for.
Mas nem num caso nem no outro há razão para desesperar porque esse lado “feio” da vida faz parte dela.

O que é a Felicidade?
Quando escolhi o tema da dissertação de Mestrado foquei-me nos estudos da PP como referência para o enquadramento teórico.
Foi o melhor que fiz pois foi totalmente de encontro à minha maneira de ser, de estar e estava em consonância com a forma com que queria ajudar as outras pessoas.
A Felicidade é a prevalência de estados emocionais positivos sobre os negativos.
Porque eles continuam a existir!
E é isso que a PP ensina: Não temos de estar sempre bem, ser perfeitinhos e bonitinhos e estar constantemente positivos e cheios de “boa onda”.
Os próprios questionários que utilizei na investigação para a dissertação demonstram que a Felicidade não é um estado permanente.
Os momentos negativos são essenciais pois é, também, nas crises que nos conhecemos e crescemos emocionalmente.
A tristeza, a frustração, a dúvida, são emoções necessárias, são elas que nos vão dar o impulso para criar a mudança.
Quando estamos “nem sempre zen” pensamos: o que é que eu posso fazer para mudar esta situação que me deixa assim? E, inconscientemente, desenvolvemos as ferramentas para fazer as alterações que são necessárias de forma a evoluir.

Só comecei a ter confiança em mim quando aceitei a minha imperfeição, as minhas dificuldades, sem culpabilização e, de forma consciente, assumi a responsabilidade de sair da “fossa”.
A magia de não estar sempre feliz está em não nos culparmos quando estamos “em baixo” e vivenciar tanto os bons como os maus momentos.
Sobretudo aprender com todos eles, integrando-os de forma construtiva e positiva na nossa vida.

Vivo para escrever. Adoro puzzles e mistérios. Não passo sem um cafézinho, música (especialmente heavy metal!) e uma boa dose de ironia. Silêncios são necessários e prazerosos, assim como os livros * Sou Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica e Terapeuta de Shadow Work e Desenvolvimento Pessoal * Gosto de ler e estudar sobre Mitologia, Espiritualidade, Psicologia da Religião, Parapsicologia e Psicologia Analítica.